Á conversa com Arnaldo Santos – Presidente dos Nocturnos de Paredes

Arnaldo Santos tem 45 anos, é comerciante e claro, tem como paixão a corrida e o futebol. É o presidente dos Nocturnos de Paredes, há 5 anos, desde a sua criação. Este projeto começou com um convite por parte de amigos, aceitado como forma de recuperação das lesões do futebol.Os Nocturnos de Paredes são oriundos da cidade de Paredes, e embora inseridos num concelho com vários clubes/grupos de corrida, alguns deles com grandes atletas, nunca pararam de crescer. O que começou com um pequeno grupo de amigos conta hoje com 155 elementos nas modalidades de corrida de trail e de estrada, com uma média de idade de 35 anos.

P.: O que define os Nocturnos de Paredes?
R.: Os Nocturnos são definidos pela parte social, de amizade e convívio. Podemos não correr muito, mas somos muitos a correr!

P.: Que vantagens têm os atletas em pertencer aos Nocturnos de Paredes?
R.: Os atletas pagam uma cota anual de 20€ com oferta da t-shirt de treino. A maioria da cota é amortizada, uma vez que há descontos nas provas em que participam. Também temos algumas empresas que fazem aos sócios descontos na aquisição de produtos/serviços.

P.: Os atletas têm algum tipo de apoio a nível de treino, nutrição ou fisioterapia?
R.: Sim, temos o apoio do fisioterapeuta, Sérgio Garçêz. Contudo estamos recetivos a novas parcerias desde que surja a oportunidade.

P.: Têm como hábito fazer/marcar treinos ou provas em conjunto?
R.: Para além do treino mensal, que funciona como treino de integração para os novos elementos, também temos ativo um grupo privado no Facebook onde os atletas vão publicando a que horas e onde treinar para que os interessados possam comparecer. Cada atleta tem a liberdade de fazer os treinos e as provas que bem entender.

P.: Qual/quais os vossos melhores resultados referentes a este ano?
R.: Temos a Albertina Cunha que este ano conquistou o 1º lugar em várias provas regionais e nacionais. Conseguimos também o 3º lugar no Ultra Trail Medieval, por equipas na distância Ultra algo que nunca tinha sido conseguido.

P.: Quais são as maiores dificuldades que a direção enfrenta?
R.: A maior dificuldade é gerir os membros do grupo.

P.: Como é que angariam receitas para o projeto?
R.: Angariamos fundos através da cota dos sócios, temos também patrocinadores nas t-shirts de treino, por opção não temos patrocinador na camisola oficial.

P.: Já organizaram algum trail?
R.: Organizamos no ano anterior, foi um evento apenas para o grupo, afim de percebermos as dificuldades presentes em organizar uma prova.

P.: No futuro, pretendem organizar algum evento?
R.: Estamos a ponderar essa hipótese, uma vez que estamos inseridos numa zona onde já se realizam vários trails e ao fazê-lo não queríamos ser apenas mais um evento. Além disso não está a ser fácil encontrar uma data que seja conveniente para o grupo. Estamos atentos, com algumas ideias, mas não está previsto a curto prazo.

P.: Qual é a sua opinião sobre as organizações de trail em Portugal?
R.: Encontramos de tudo, há quem se ponha a organizar e não entenda nada do assunto e há os que têm mais experiência e que já organizam provas há vários anos. E normalmente estas organizações são boas. Por norma as organizações tendem a ser boas.

P.: O que poderia ser diferente nas provas de trail?
R.: Deveria existir um melhor entendimento entre a Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal e a ATRP, são ditas coisas diferentes, cada um reclama o seu espaço. Juntos julgo que poderiam ser mais fortes. Além disso é necessário estabilizar o regulamento da ATRP para que seja de melhor interpretação e se minimizem as dúvidas.

P.: Quais as ambições futuras para o projeto Nocturnos de Paredes?
R.: Vamos passar a curto prazo de um grupo para uma associação, o que nos irá abrir muitas portas. Vamos poder ter outro tipo de apoios e patrocínios, com isso os atletas com certeza que irão ter outros benefícios.

“Podemos não correr muito, mas somos muitos a correr. E é isso que nos distingue!”